Príncipe William no Rio: Guardiões do Mangue na Baía de Guanabara
No dia 4 de novembro de 2025, durante sua visita ao Rio de Janeiro, o Príncipe William teve a oportunidade de conhecer os guardiões do mangue da Baía de Guanabara. A visita ocorreu na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, onde o herdeiro da coroa britânica se encontrou com três dedicados defensores do ecossistema: Adilson Fernandes, conhecido como Russo, Breno Herrera, o Curupira do Mangue, e Maurício Muniz.
O Papel dos Guardiões do Mangue
Esses três homens têm se empenhado em proteger e preservar o maior manguezal do estado do Rio de Janeiro, um ecossistema vital que desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental da região. Durante sua visita, o príncipe participou de uma ação de replantio e recebeu o livro “Guanabara, espelho do Rio”, que destaca a importância dos manguezais para a biodiversidade e a saúde do meio ambiente.
Adilson Fernandes: O Russo
Adilson Fernandes, de 66 anos, é o condutor das embarcações que apoiam as equipes e visitantes da APA. Com uma rotina que envolve a fiscalização diária dos canais e rios do manguezal, Russo se tornou um defensor ativo contra atividades ilegais, como a pesca proibida e o desmatamento. Nascido em São Fidélis e criado em Magé, Adilson transformou sua vida após ser convidado para trabalhar na APA, onde atua há mais de uma década. Ele relata que a experiência na APA mudou sua perspectiva de vida, promovendo um profundo respeito pela natureza.
Breno Herrera: O Curupira do Mangue
Breno Herrera, de 47 anos, é um biólogo que cresceu em meio à natureza e se formou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuando como gerente da região sudeste do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Breno liderou a criação do Comitê Gestor da APA de Guapimirim, que reúne moradores, pescadores e ambientalistas. Sua gestão foi fundamental para a criação da Estação Ecológica da Guanabara, que protege a área de ameaças como o Complexo Petroquímico de Itaboraí. Inspirado por São Francisco de Assis, Breno adota um estilo de vida que valoriza a simplicidade e a conexão com a natureza.
Maurício Muniz: O Cientista da Baía
Maurício Muniz, também biólogo, é um especialista em dinâmica ambiental da Baía de Guanabara e coordenador do ICMBio na região sudeste. Ele explicou ao Príncipe William a importância dos manguezais como estações de tratamento naturais, essenciais para a qualidade da água e a biodiversidade local. Maurício destacou que a presença de botos na região é um indicador de boa saúde ambiental, embora o número de botos tenha diminuído drasticamente desde a década de 1980, passando de 400 para cerca de 30 atualmente.
A Importância dos Manguezais
Os manguezais desempenham um papel crucial no ecossistema da Baía de Guanabara, atuando como uma “esponja” que absorve água durante tempestades e ajuda a mitigar a elevação do nível do mar. Eles também são fundamentais na captura de carbono, sendo mais eficazes do que florestas tropicais. A preservação dessa área é vital para garantir a sobrevivência das comunidades locais que dependem dos recursos naturais e para manter a biodiversidade da região.
Um Olhar para o Futuro
A visita do Príncipe William à APA de Guapimirim trouxe atenção internacional para a importância da preservação ambiental e o trabalho desses guardiões do mangue. Com a presença de figuras públicas e a realização de eventos como a COP30, espera-se que a conscientização sobre a necessidade de proteger ecossistemas críticos como os manguezais da Baía de Guanabara se intensifique, garantindo um futuro mais sustentável para a região e suas comunidades.
Contexto da APA de Guapimirim
A Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, criada em 1984, foi a primeira do Brasil destinada à proteção dos manguezais, cobrindo aproximadamente 14 mil hectares entre os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. A APA tem como objetivo proteger os remanescentes de manguezais e assegurar a sobrevivência das populações que vivem em harmonia com o meio ambiente. Dentro da APA, encontra-se a Estação Ecológica da Guanabara, uma área de proteção integral que conserva características naturais semelhantes às que existiam antes da colonização europeia.