Governo Castro Afirma ao STF que Megaoperação Seguiu Princípios

Governo do Rio de Janeiro Defende Megaoperação ao STF

Em uma reunião realizada no dia 3 de novembro de 2025, o governador Cláudio Castro apresentou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a defesa da megaoperação policial que ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão, na zona Norte do Rio de Janeiro. Esta operação, considerada a mais letal da história do estado, resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro agentes de segurança.

Justificativa da Ação Policial

Durante o encontro, o governador Castro assegurou que as ações das polícias Civil e Militar respeitaram os princípios e normas estabelecidos pela Constituição Federal. Segundo informações da Polícia Civil, dos 117 mortos pela polícia, 115 já foram identificados, com 54% das vítimas oriundas de fora do estado fluminense. O governo do Rio de Janeiro apresentou um documento de 26 páginas que detalha a complexidade da atuação do Comando Vermelho (CV), a principal facção criminosa no estado, que justifica o uso proporcional da força pelas autoridades.

Diretrizes da ADPF das Favelas

No documento, Castro destacou que a operação foi realizada em conformidade com as diretrizes definidas pela Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, que estabelece medidas para reduzir a letalidade policial. O governador afirmou que a atuação do estado frente a organizações criminosas de perfil narcoterrorista é um exercício legítimo do dever de proteção da sociedade, reafirmando o compromisso das forças de segurança com a legalidade e a defesa dos direitos humanos.

Corrida Armamentista no Rio de Janeiro

O governador também mencionou a atual corrida armamentista no Rio de Janeiro, impulsionada pela disputa de territórios entre facções rivais, como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo a gestão Castro, o serviço de inteligência das forças de segurança identificou uma estrutura hierarquizada e funcional dentro do CV, que se mostrou disposta a enfrentar os policiais abertamente, inclusive utilizando armas de uso restrito.

Transparência e Controle nas Ações Policiais

Para garantir a transparência da operação, foram utilizados registros audiovisuais por meio de câmeras corporais (bodycams) nas equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE). O governo também implementou medidas de controle e identificação dos responsáveis pelo cumprimento de cada ordem judicial, além de assegurar a presença de Delegados de Polícia no campo de atuação, que supervisionaram a operação.

Balanço da Megaoperação

O governo do Rio de Janeiro divulgou um balanço detalhado da megaoperação, que incluiu os seguintes resultados:

  • Total de presos/apreendidos: 99
  • Presos por mandado: 17
  • Presos em flagrante: 82
  • Adolescentes apreendidos: 10
  • Presos de outros Estados: 27
  • Entre os presos: 61 com antecedentes, 30 egressos do sistema, 29 de outros Estados
  • Armas apreendidas: 122
  • Fuzis: 96
  • Pistolas: 25
  • Revólver: 1
  • Carregadores: 260
  • Munições: aproximadamente 5.600
  • Artefatos explosivos: 12
  • Veículos apreendidos: 15
  • Drogas: aproximadamente 22 kg de cocaína e 2 toneladas de maconha

Considerações Finais

A operação desencadeou debates acalorados sobre a efetividade das ações policiais e a necessidade de um equilíbrio entre segurança pública e direitos humanos. O governo do Rio de Janeiro continua a enfatizar a necessidade de operações firmes para enfrentar o crime organizado, ao mesmo tempo em que se compromete a respeitar os direitos fundamentais dos cidadãos.