Impacto do tarifaço dos EUA nas empresas explicados

Impacto Diferenciado do Tarifaço dos EUA nas Empresas

As exportações de Santa Catarina (SC) para os Estados Unidos sofreram uma queda significativa de 19,5% em agosto, refletindo os efeitos do tarifaço de 50% implementado pelo governo americano. Esse impacto não é homogêneo entre as empresas, pois cada uma possui condições distintas para lidar com essa taxação temporária.

Resistência e Parcerias Empresariais

O tarifaço, que entrou em vigor em 6 de agosto, teve um efeito imediato sobre as exportações, mas as repercussões continuarão a ser sentidas por vários meses. A capacidade de cada empresa em suportar essa pressão depende da sua resistência financeira e das parcerias estabelecidas com seus contratantes nos EUA.

Segundo André Odebrecht, 1º vice-presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), muitas empresas estão adotando uma abordagem colaborativa para enfrentar os custos do tarifaço. Em alguns casos, as exportadoras brasileiras estão absorvendo cerca de 50% da tarifa, enquanto os importadores americanos assumem a outra metade. Essa estratégia, no entanto, não é viável para todas as empresas, e há um limite para esse tipo de acordo.

Expectativas Futuras e Necessidade de Redução de Tarifas

As empresas reconhecem que essa situação não pode durar indefinidamente. A expectativa é de que a normalidade seja restabelecida com a redução das tarifas, caso contrário, a sustentabilidade das operações comerciais se tornará insustentável. Odebrecht enfatiza que é fundamental que as empresas voltem a operar em um ambiente com tarifas mais favoráveis para garantir a continuidade dos negócios.

Importância da Conexão com o Mercado Americano

Durante sua participação em uma missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos EUA, Odebrecht destacou a importância da conexão com clientes americanos e com lideranças empresariais e políticas dos Estados Unidos. Essa proximidade é vital para pressionar por acordos que visem a redução do tarifaço e para facilitar a realização de novos negócios.

Reuniões e Colaboração Internacional

Na missão da CNI, vários executivos de multinacionais relevantes que operam em SC participaram das reuniões em Washington. Empresas como WEG, Nidec (Embraco), Portobello e Mohawk Industries (Eliane) estiveram representadas, destacando suas preocupações sobre o impacto do tarifaço. Essas indústrias possuem fábricas nos Estados Unidos e cadeias produtivas interligadas, o que as coloca em uma posição privilegiada para negociar um tratamento diferenciado, similar ao que foi alcançado pela Embraer.

Integração das Economias de SC e EUA

A integração das economias de Santa Catarina e dos Estados Unidos é ampla e diversificada. Um evento realizado em 2024 na Fiesc, promovido pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), revelou que mais de 150 empresas americanas operam em SC, contribuindo significativamente para os setores de tecnologia, automotivo e saúde.

Entre as empresas que fazem parte desse ecossistema estão gigantes como Whirlpool, GM, IBM, WestRock (Rigesa) e doTerra. Em 2023, Santa Catarina se destacou como o segundo estado brasileiro que mais recebeu investimentos de empresas dos Estados Unidos, totalizando US$ 319 milhões, ficando atrás apenas de São Paulo.

Desafios e Oportunidades para o Futuro

As empresas de Santa Catarina enfrentam desafios significativos devido ao tarifaço, mas também encontram oportunidades de crescimento e inovação através do fortalecimento das relações comerciais com os EUA. A adaptabilidade e a capacidade de negociação com parceiros internacionais serão cruciais para a sobrevivência e o sucesso das empresas em um cenário de incertezas econômicas.

Enquanto o tarifaço representa um obstáculo, a experiência e a resiliência dos empresários catarinenses podem abrir novas portas e criar um ambiente propício para a colaboração mútua entre as economias de SC e dos EUA, potencializando o desenvolvimento econômico regional e nacional.