Crime em Porto Alegre corpo na mala e uso de IA no feminicídio

Crime Brutal em Porto Alegre: Corpo Encontrado na Mala e o Uso de Inteligência Artificial no Feminicídio

Na cidade de Porto Alegre, um crime brutal chocou a população. Ricardo Jardim, um homem de 65 anos e ex-foragido, foi preso sob a suspeita de ter matado e esquartejado sua companheira, ocultando os restos mortais em uma mala deixada na rodoviária da cidade. A investigação, que está sendo tratada como feminicídio, revelou a utilização de perfis digitais criados com inteligência artificial para atrair a vítima.

O Suspeito: Um Perfil Psicopata

Ricardo Jardim, conforme classificação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, é considerado um homem com “perfil psicopata”. Os investigadores o descrevem como educado, frio e altamente inteligente, além de possuir notável habilidade em manuseio de computadores. O delegado Mario Souza, que dirige o Departamento de Homicídios, ressaltou em uma coletiva de imprensa que o suspeito demonstrou um domínio impressionante em técnicas de corte, evidenciado pela forma como a vítima foi esquartejada.

A Vítima

A mulher assassinada, que trabalhava como manicure, residia em Porto Alegre e mantinha um relacionamento com Ricardo após se conhecerem em uma pousada local. A principal motivação para o crime, segundo a polícia, parece ter sido financeira. Após o assassinato, o suspeito teria tentado usar cartões bancários e o celular da vítima para enganar seus familiares e realizar movimentações financeiras.

O Crime e a Descoberta do Corpo

O crime foi descoberto em etapas. Inicialmente, partes do corpo, como braços e pernas, foram encontradas em sacolas de lixo na Zona Leste de Porto Alegre. Dias depois, o tronco da vítima foi localizado em uma mala deixada no guarda-volumes da rodoviária. O Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou, por meio de exame de DNA, que os restos mortais pertenciam à mesma pessoa. Câmeras de segurança registraram Ricardo deixando a mala na rodoviária.

Modus Operandi: O Uso de Perfis Falsos

Segundo a investigação, Ricardo utilizava perfis falsos em redes sociais, criados com a ajuda de inteligência artificial. Essas páginas eram elaboradas com imagens de um jovem na casa dos 20 anos, praticante de esportes radicais, com o objetivo de atrair mulheres. A polícia investiga se a vítima foi contatada através desses perfis ou se a aproximação ocorreu de outra maneira.

Antecedentes Criminais

Este não é o primeiro crime violento associado a Ricardo Jardim. Em 2015, ele foi condenado por assassinar sua própria mãe e ocultar o corpo em uma estrutura de concreto. Em 2018, foi sentenciado a 28 anos de prisão, mas progressivamente cumpriu parte da pena em regime semiaberto a partir de janeiro de 2024. Devido à falta de tornozeleiras eletrônicas, foi transferido para prisão domiciliar, mas em abril do mesmo ano, deixou de se apresentar às autoridades e foi declarado foragido. O mandado de prisão que determinava seu retorno ao regime fechado foi expedido apenas em fevereiro de 2025, semanas antes do feminicídio.

Comparações Históricas

O caso guarda semelhanças com o infame “Crime da Mala” ocorrido em 1928, onde o imigrante italiano Giuseppe Pistone matou e esquartejou a esposa, escondendo o corpo em uma mala na Estação da Luz, em São Paulo. Assim como no crime atual, o método utilizado envolveu esquartejamento e ocultação do tronco em uma mala, além do descarte em um local de grande circulação.

Investigação em Andamento

Atualmente, Ricardo Jardim encontra-se preso preventivamente enquanto a Polícia Civil investiga a possibilidade de haver outras vítimas que possam ter sido atraídas por seus perfis digitais falsos. As autoridades também estão analisando a sequência de movimentações financeiras realizadas após o crime e possíveis cúmplices envolvidos. O delegado Mario Souza afirmou que o suspeito “não pode estar em condições de convívio em sociedade” devido ao alto risco de reincidência.

Considerações Finais

Esse caso trágico não apenas destaca a brutalidade do feminicídio, mas também levanta questões sobre a utilização de tecnologias modernas, como a inteligência artificial, para fins nefastos. A sociedade deve permanecer atenta a tais práticas e apoiar as investigações que visam não apenas encontrar justiça para as vítimas, mas também prevenir futuros crimes.