Ex-marido condenado a 18 anos de prisão em SC

Ex-marido condenado a 18 anos de prisão por ataque a companheira com faca em SC

Um homem foi sentenciado a 18 anos, dois meses e 20 dias de prisão nesta segunda-feira, 1º de setembro de 2025, após ter atacado sua ex-companheira com uma faca em um ato de violência que chocou a comunidade de Herval d’Oeste, localizada na região Meio-Oeste de Santa Catarina. O crime ocorreu em março de 2024 e o tribunal decidiu que o réu não poderá recorrer em liberdade.

O ataque brutal

No dia 16 de março de 2024, a vítima enfrentou momentos de terror dentro de sua própria casa. O ex-companheiro, inconformado com o término do relacionamento, invadiu o lar da mulher e a atacou com uma faca, causando ferimentos graves, incluindo uma perfuração no pulmão. O desespero tomou conta da cena, e a mulher, em estado crítico, lutou por sua vida enquanto aguardava a chegada da polícia e os cuidados médicos necessários.

Graças à sua resistência e à rápida intervenção das autoridades, a mulher sobreviveu ao ataque, mas não sem deixar marcas profundas. Durante seu depoimento, ela relembrou os momentos de pânico e expressou como a experiência afetou sua saúde mental e física. A vítima relatou que, frequentemente, tem dificuldades para respirar devido aos danos causados pela facada e ainda está em processo de recuperação dos traumas psicológicos que vivenciou em um momento em que tentava recomeçar sua vida.

Consequências legais e feminicídio

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou o homem por tentativa de homicídio qualificado, considerando não apenas o caráter violento do ato, mas também os elementos que configuram o feminicídio. O crime foi classificado sob as condições de motivo fútil e o uso de um recurso que dificultou a defesa da vítima. Tais qualificações demonstram a gravidade do ato e a intenção do agressor em causar um dano irreparável à mulher.

Importante ressaltar que o ataque ocorreu antes da entrada em vigor da Lei do Feminicídio (Lei n. 14.994), que, desde 9 de outubro de 2024, tornou o feminicídio um crime autônomo, com penas mais severas. No entanto, o tribunal decidiu julgar o caso considerando o feminicídio como uma qualificadora do homicídio, refletindo a seriedade e o contexto do crime cometido.

Impacto social e psicológico

O caso não é um incidente isolado; ele destaca um problema mais amplo de violência contra as mulheres na sociedade. A luta contra o feminicídio e a proteção das vítimas são questões cruciais que precisam ser abordadas com urgência. A experiência da vítima serve como um lembrete da necessidade de maior conscientização e medidas efetivas para prevenir a violência de gênero.

Além do aspecto físico, o impacto psicológico é devastador. Muitas vítimas de violência doméstica enfrentam não apenas o trauma físico, mas também uma batalha contínua contra o medo, a ansiedade e a depressão. O apoio psicológico e a reabilitação são fundamentais para ajudar as sobreviventes a reconstruírem suas vidas e a se recuperarem dos danos emocionais que sofreram.

O papel da sociedade e das autoridades

É essencial que a sociedade, juntamente com as autoridades, trabalhe para criar um ambiente seguro para as mulheres. Isso envolve não apenas a aplicação rigorosa das leis, mas também a educação sobre relacionamentos saudáveis e o respeito mútuo. Campanhas de conscientização e programas de apoio às vítimas são indispensáveis para garantir que incidentes como o de Herval d’Oeste não se repitam.

A condenação do ex-marido a 18 anos de prisão representa um passo na direção correta, mas é apenas uma parte da luta maior contra a violência de gênero. A sociedade deve se mobilizar para que os direitos das mulheres sejam respeitados e protegidos, e para que ações preventivas sejam adotadas para evitar que mais vidas sejam ameaçadas pelo ciclo de violência.

Reflexão final

Este caso é um lembrete contundente da necessidade de vigilância contínua e ação decisiva contra a violência doméstica. É fundamental que todos, desde cidadãos comuns até legisladores e forças de segurança, estejam comprometidos em erradicar essa forma de violência. Somente por meio de esforços colaborativos será possível construir uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.