Santuário do Caraça: Novo Roteiro para Mergulhar na História e Natureza de Minas Gerais
O Santuário do Caraça, uma verdadeira joia histórica e natural localizada em Minas Gerais, apresenta um novo e emocionante roteiro que promete proporcionar aos visitantes uma experiência imersiva e enriquecedora. Este novo trajeto não se limita às tradicionais exposições do museu, mas abrange a grandiosidade da Igreja e outros marcos emblemáticos do complexo.
Com um trabalho minucioso de pesquisa e organização, o novo roteiro foi desenvolvido para oferecer uma compreensão profunda e coesa da rica trajetória do Santuário. Segundo Pablo Azevedo, gerente geral do Santuário do Caraça, “Percebemos a necessidade de unificar e enriquecer a narrativa de cada ponto histórico, e o resultado tem sido um sucesso absoluto”. A iniciativa visa proporcionar uma perspectiva completa do legado do local, atraindo tanto turistas quanto estudiosos.
Uma Viagem no Tempo e na Fé
O novo roteiro leva os visitantes a uma verdadeira viagem no tempo, remontando ao ano de 1770, quando o Irmão Lourenço chegou à serra para erguer seu eremitério. Os turistas têm a oportunidade de descobrir a origem do nome “Caraça”, uma palavra de origem tupi-guarani que significa “desfiladeiro ou bocaina”, referindo-se ao majestoso vale situado entre os Picos do Sol e do Inficionado.
Um dos destaques do roteiro é a imponente Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, que é considerada a primeira construção neogótica do Brasil, erguida entre 1876 e 1883. Os visitantes podem admirar os vitrais franceses que adornam a igreja, incluindo um que foi presenteado por Dom Pedro II, além da famosa obra “Santa Ceia” do Mestre Ataíde, conhecida por um detalhe intrigante: os olhos de Judas parecem seguir o observador por onde ele se move.
Outro ponto de interesse é o primeiro órgão de tubos fabricado no Brasil, uma impressionante peça de 700 tubos, que ecoa a história e a fé do local. O roteiro também reconta a história do antigo colégio, que formou figuras notáveis como os ex-presidentes Afonso Pena e Arthur Bernardes, e que foi devastado por um incêndio em 1968. O museu abriga um acervo significativo, que inclui relatos sobre o incêndio, a resiliência na recuperação do espaço e sua transformação em um atrativo turístico.
Os visitantes também têm a oportunidade de explorar as catacumbas, onde estão sepultados padres e irmãos que dedicaram suas vidas ao Santuário. A Biblioteca do Santuário exibe um acervo de mais de 20 mil livros, incluindo a obra mais antiga, “Historia Naturale” de Plínio Segundus Caius, datada de 1489, além de outras obras raras que resistiram ao incêndio.
Natureza e Cultura
Além da rica história, o novo roteiro convida os visitantes a se aventurarem pela deslumbrante natureza que cerca o Santuário. Trilhas bem sinalizadas levam a cachoeiras magníficas, como a Cascatinha e a Cascatona, assim como a picos desafiadores, como o Pico do Sol e o Pico do Inficionado, que oferecem vistas panorâmicas de tirar o fôlego.
A história da convivência do Santuário com o lobo-guará, um símbolo local desde 1982, é um dos pontos altos da visita. O lobo-guará é uma espécie emblemática da fauna brasileira e a sua presença no Santuário reforça a importância da conservação ambiental na região.
Para enriquecer ainda mais a experiência, a gastronomia local é um destaque à parte. Os visitantes podem saborear pratos preparados com ingredientes cultivados na horta e no pomar do Santuário, que fornecem insumos para pratos com PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), como a ora-pro-nóbis. Além disso, é possível degustar o famoso queijo minas artesanal, doces regionais e bebidas como o premiado vinho do Caraça e o fermentado de jabuticaba, encerrando a jornada com o sabor autêntico da culinária mineira.